História

No ano de 1999, a Companhia Candongas estava em processo de montagem do espetáculo “Lenda do Céu”, advindo da poesia homônima de Mário de Andrade. Nesta época, o grupo, já com cinco anos de atividades permanentes, não tinha sede própria e realizava seus encontros em espaços de centros culturais/comunitários em sistema de permuta.

A relação entre estes centros culturais/comunitários sempre se fez de forma amistosa, porém os encontros do grupo estavam contingenciados à disponibilidade das atividades prioritárias da agenda do parceiro, o que não dava à companhia uma certeza de que poderia manter a constância dos seus ensaios e assim, só desenvolvimento do seu trabalho.

Como o cenário elaborado para o espetáculo “A Lenda do Céu” necessitava de um espaço físico maior do que o disponibilizado pelos parceiros que cediam os espaços e para garantir a continuidade do seu trabalho, a Companhia decidiu procurar um galpão que pudesse ser alugado como sede das suas atividades.

Em 1999 o pessoal da Cia. Candongas saiu em busca de um galpão pra locar e se perdeu no encontro dos bairros Santa Cruz e Cachoeirinha, por um acaso do destino encontraram o local onde à Casa de Candongas funciona até hoje. Um espaço cultural de portas abertas, no qual a rua e a comunidade fazem parte de sua construção diária, que abriga oficinas de teatro, dança, violão, pandeiro, artesanato, aulas de pilates, apresentações e muitas outras atividades desde sua fundação.

Desde março do ano 2000, a Companhia Candongas ocupa um galpão situado na região nordeste de Belo Horizonte. A ideia primeira era de utilizar o espaço para a realização das atividades internas do grupo: ensaios, reuniões, guarda e manutenção de acervo de material cênico, etc.

Esta ideia foi ampliada gradativamente por motivos bem fortes. Primeiramente, a comunidade local, que reside no entorno do espaço, se mostrou ao mesmo tempo curiosa e carente a respeito de eventos culturais, artísticos e, sobretudo teatrais. Nas primeiras apresentações/ensaios que a Companhia Candongas realizou no local, os habitantes demonstraram que nunca haviam assistido a peças teatrais. Por outro lado, isto despertou nos atores do grupo a necessidade de ampliar os objetivos dos seus trabalhos além da preocupação técnica/estética, mas aliando à necessidade ética de fazer um teatro comprometido com a comunidade e com a vitalização da cidadania.

A partir desta conclusão, a Casa de Candongas passou a ser um centro cultural descentralizado de Belo Horizonte, que recebe tanto espetáculos artísticos variados (teatro, circo, dança), como promove oficinas culturais para a comunidade.

Desde 2010, a Companhia Candongas criou mais um ponto de ligação com a comunidade local: a Candongoteca, biblioteca comunitária da Casa de Candongas. Este canto da leitura recebeu diversos livros doados pelos moradores da região e por pessoas de Belo Horizonte e já possui um acervo variado. As atividades na Candongoteca incluem Momentos Literários com a família e com crianças, utilização das obras na pesquisa das oficinas de teatro e associando artesanato e outros trabalhos manuais à leitura de títulos presentes no acervo da Casa.

A Casa de Candongas já recebeu apresentações de grupos e artistas diversos dentre os quais podemos destacar: Grupo Trama, Circunstância, OS Conectores, Olho da Rua, Grupo In-Cena, Companhia Lúdica dos Atores, Grupo Fibra (Montes Claros/MG), Grupo Flores de Jorge, Companhia Cócxis, Fantástico Circo Show, Circo Cristal (Palhaço Alegria), Richard Righetti.